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    Na Goela LP Clear Vinyl; includes insert (lyrics + credits)

    This album results from the meeting of Romulo Fróes and Tiago Rosas by social medias during the COVID-19 quarantine. They made together 20 songs that talk about this terrible period, especially in Brazil, country with many deaths proporcionally.
    After the quarantine period they finally went to YB studios at São Paulo to record this work.
    They invited great musicians to do that: Marcelo Cabral (bass), Guilherme Held (guitar) and Lucas Fixel (drums).
    Those familiar melodies and thought-provoking lyrics were reconfigurated with coletive musical arrangements. Sometimes a biting sonority, sometimes almost noisy, and other a powerfull and precise rock band.
    credits
    released February 28, 2023

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1.
Último osso 03:22
Qual o nome disso Que arde no peito sem queimar? Corpo mole e movediço E seu compromisso de me matar Qual o seu feitiço Plantado no umbigo pra durar? Seu veneno e seu castigo Olho mendigo do meu olhar Olha até secar Olho seco punhal Crava o anzol por dentro Seu líquido grudento vai Vai tomando tudo Inundando o abrigo dessa dor Dor parada no escuro No poço fundo do nosso amor Armo o meu escudo Último osso sem quebrar Na garganta onde engulo Meu grito agudo vai derrubar Nada vai escapar Fome nem paladar Vou mastigar o mundo Regurgitar a manhã que vem
2.
Na goela 02:08
Ah A boca abria Presa na língua Uma palavra só Não se ouvia Nem me dizia Nenhum segredo Nem para um beijo só Era só medo De ouvir Ter de encarar A voz Voz traiçoeira Mostra seus dentes Morde o que vai falar Gasta saliva Sem dó Cospe no seu Prato Bicho morto cai Cão no asfalto sem ar no pulmão Voz-latido e cal Sol ferido na escuridão Mostra essa cara Voz de mentira Mente que vai cantar A voz mendiga Sem lar Vive no meu Gogó Não emite som Nem o timbre fraco das vogais Hálito ruim De palavra morta velha Na goela Na goela
3.
Tome todo o tempo que for Não me escondo mais pra chorar Não vou consumir a carne fria do jantar Somos os herdeiros do antes Vemos adiante o desmanche Vamos assistir ao fim do mundo, do sofá? Na tv Vejo um rei Vejo a lei Já saquei Querem todos nos matar Uma cor Sem calor Um horror Só tem dor Dentro desta velha máscara Para acreditar no amor Para obedecer o prazer Para destruir o mundo novo que virá É preciso não sucumbir Não fingir que não vai rolar Ontem era aqui, daqui não vou deixar passar Sonharei Cantarei Amarei Deixarei Tudo o que quiser entrar Quebrarei Todo rei Toda lei Servirei Só quem me quiser sem máscara
4.
A armadilha em que caí Eu desenhei à mão Nas linhas verdes do capim Nos olhos de pavão Um arco-íris Risquei no chão Já era tarde quando vi Não dava pra escapar Estava preso no azul Dentro do seu olhar Olhei não quis Acreditar Parava a noite e o sol Pra te ver passar Eu era o seu farol Era sua lâmpada No fim do dia eu fui morar Bem no entardecer Entre a manhã e a escuridão Tudo pra você A minha dor E o meu prazer Fantasma desse amor Vem me assombrar Implora o meu perdão Quer a minha lágrima
5.
A olho nu 03:32
Não carrego nada Que Não caiba nessa mão Nem a sombra dela no chão Tenho só uma cara Só uma expressão Só essa dor canalha Sou o meu próprio cão Cara dura Dura pra ver A luz do sol Não me deixa esquecer Ilumina O que eu já vi O fim do amor Já passou por aqui O amor acaba Saiba Em goles de café Numa hora fria qualquer Dura uma madrugada Dura um amanhecer Uma colher de mágoa Um resto de prazer O amargo azul Do seu olhar Mirou em mim, eu não pude escapar A olho nu Dá pra cegar O amor no fundo não é pra se olhar Não carrego nada Nem a sua mão Nem a sombra dela no chão
6.
Tempo morto 03:10
Deve estar na longa lista de notícias que não devem ser anunciadas Que é melhor deixar de lado Não mostrar Deve estar no tempo morto que não passa dessa longa e fria madrugada Que não serve pra mais nada Nem pra andar Joga pedra na Geni Mas não faça isto aqui Faz o que quiser fazer pra lá Não na hora do jantar Não na frente da tv Quero o mesmo mas não quero ver Talvez seja o seu nariz Sua cara de infeliz Mas eu ouço e não entendo o que diz Ou talvez eu queira assim Entender o que me diz E fingir que não fui eu quem pediu Li naquela testa muito branca o ódio escrito com carradas de saliva Cuspidas de uma boca grande Sem sorrir Só o riso falso e escarrado sobre os corpos que se empilham na avenida Vão travando o dia a dia Do país Como dá pra ser feliz Com essa gente por aí Exibindo a sua dor no sol? Eu me sento no sofá Eu desligo a tv Eu não sou mais obrigado a ver Toda essa maldição Que carregam em suas mãos Implorando por perdão do seu Deus Não sou eu que vou chorar Ninguém pode me obrigar Vou fechar meus olhos e descansar
7.
Eu sou eu porque sou você Sou até quem não quero ser Sou nenhum, eu sou um milhão Sou assim Eu não tenho fim Sou neném E seu pai, sou também Minha voz É a voz de um compositor Que não sabe cantar Tem a voz De uma gente que já sonhou Que podia sonhar Imaginou Uma história sem vencedor Um amor sem lugar Sou a cara de quem morreu Sou o filho de um filho meu Sou ninguém, eu sou quem perdeu Sou pavio Que não acendeu Sou o rio Que desapareceu Entendeu? Sou a luz e eu sou o breu Tudo isto sou eu Quando rio Não gargalho, não sai um pio Da garganta com medo De cantar E saber que não vai passar Que ainda vai demorar Mesmo assim Quero tudo o que tem pra mim O que dá e não dá
8.
Num papel borrado eu li Poemas que nunca me leu Dedicando o seu nanquim A nomes que não são os meus Pra quem será foi? A rima com amor Que rima sem dor nem dó Tirou nem o pó Já tem outra flor Na pele onde tatuou Seu dente-de-leão Voou Um final feliz eu quis` O meu reinado da manhã Tudo que eu te prometi O sol que brilha na maçã De volta pra mim A minha ilusão As coisas no meu porão Debaixo do chão Lembranças ruins Voltando pra me avisar Vai ser um longo e velho verão Então de quem é O mundo no fim O filho de estimação O amor por um triz O arranha-céu Que não deixa o céu Riscar as linhas do avião Que vai até você
9.
Quem dera 02:16
Quem dera eu Tivesse A voz da Tristeza pra soletrar Feli- cida- de vem Me levar Quem dera O segredo fosse Dizer o nome E aparecer Xampu Chapéu Navalha Maçã do amor Poder sorrir sem dó Recomeçar o dia Bem mais azul Que o azul dos seus olhos azuis Um azul de mentira Um céu Que chovia em gotas A tempestade do que perdi Manhã Jardim A voz do cantor Um céu Que não refletia Na sombra fria O calor do sol Farol Sem luz Espelho De feltro e pó Um animal sorri Tamanduá bandeira Suga a manhã O jardim Suga a voz do cantor Suga mais do que imaginou
10.
Voz refém 04:39
Chutar o céu, cair de pé, ouvir o osso se quebrar Cair no chão, chutar um cão, comer o osso do jantar Como é que dá, pra levantar Se tudo empurra para baixo esse corpo sem cidadão Cidade não, um paredão Quer esconder os pés descalços nas sapatas do minhocão Dá pra ver Na pele de vidro a confissão Nela espelha a dor Tem a sua cara Vejo um chapéu, será boné? Lá tem um nome escrito a mão Não é de Deus, não é Pelé, é só o nome do patrão É tudo igual Um animal Marcando a pele de tristeza e de miséria pro carnaval Sair de rei, de general Fantasiando a sua glória, a fantasia do funeral Vai morrer De raiva, pecado ou de solidão Vai tombar sem dó Vai levar na cara Vai Derreter a calota polar e não vai melhorar Habitar o planeta vermelho não vai adiar o fim Sim, eu sei é preciso seguir e não desanimar Não pedir pra sair e sorrir se quiserem levar seu rim O que já perdeu não existe mais Deixe para trás, troque de calçada Pra não cair, tem que pular Tem que fingir que vai mudar Que ainda dá, vai renascer, um novo homem no lugar Que não vai mais atrapalhar Nem perguntar ao meio dia quantas horas tem pro jantar Vai repetir, eu desisti Já não me importa quando é hora de sorrir ou de Lamentar Ouça bem A voz sem palavra não é ninguém Diz a voz refém, canta a voz de máscara De joelhos dobrados um homem não quer se entregar Diz ser crente temente daquele que lhe prometeu o céu Disse aquele é melhor desistir do que remediar Que deixar de seguir o santíssimo nome no seu chapéu
11.
Paralelepípedo cai Paralelo à linha do amor No infinito vão se beijar Não importa o tempo que dá Cento e vinte anos de amor Um segundo e já não vai dar Eu não vou me entregar Estou livre pra ser O cantor que não quer cantar Eu não quero um amor Nem a voz de cantor Hoje eu quero me desligar Nem vem Sai pra lá Não tem Mais ninguém Meu bem Só poeira Não me lembro mais o que fui Posso repetir o que sou Sem um nome pra nomear Sonho, pedra, nuvem, buquê Osso duro ruim de roer O que for eu não vou guardar O sermão dos jornais O anel dos casais O primeiro que vai piscar Novos dias iguais Outros cem carnavais Pela última vez, não dá! Não dá E se deu Não quis E se quis Já foi Esqueci Nem vem Sai pra lá Não tem Mais ninguém Meu bem Só poeira
12.
Mais uma dor 03:50
Sobrevivi Mais uma vez Mas dói ainda Dói bem aqui Mais uma dor Dói pra lembrar Não tem fim Uma dor que é doída quer Mais que doer Quer demorar Bem mais que a vida Quer consumir Cicatrizar Nessa ferida aberta Tudo aquilo que não dói mais Não há vazio que prenda A minha atenção Nem o calor de um dia inteiro de sol Dando adeus Não doeu Não demorou Nem uma lágrima só Minha cara não mente mais Rio da vida porque nunca quis ser feliz Mostro os meus dentes, nem tente Acordar minha dor, eu já dormi
13.
Pare, não ultrapasse o sinal Pare, não se adiante Descanse Não perca um único instante de sol Põe sua isca viva no anzol Pesque seu oriente Afogue esse olho grande Afunde no sal Arranque o tempo do temporal Sopre no vento um desejo igual Pare, repare na confusão Fuja pra longe Leve o seu corpo Desabe todo o seu peso no chão Fale, declare a sua intenção Deixe de molho Ou guarde em segredo Não tenha medo, os profetas dirão Como saber se um amor morreu Se quem amava não era eu? Dentro da estrela vazia do mar Neste silêncio Que explode na boca antes de falar Cem mil palavras pra explodir Não há nenhuma Onde eu possa apagar Uma que faça eu sumir
14.
Um por um 03:23
Vai demorar Diz a minha TV Mais de cem De cem mil Um milhão Pode contar Muitos zeros virão Um avô Um irmão Multidão Morto vivo Cão latido Voz ruído Meu umbigo Movediço Meu pulmão sem ar Já pode abrir Ou melhor esperar? Quem me diz Quem dirá Vai ter fim? Sem contorno Nome, cara Peso, fala Pó, palavra Pá de cal Jornal pra embrulhar Fala! Fala o nome de todos Um por um quero ouvir falar Enterrar Dentro Do azul da bandeira Mais estrelas pra enfeitar Seu país Feliz

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This album results from the meeting of Romulo Fróes and Tiago Rosas by social medias during the COVID-19 quarantine. They made together 20 songs that talk about this terrible period, especially in Brazil, country with many deaths proporcionally.
After the quarantine period they finally went to YB studios at São Paulo to record this work.
They invited great musicians to do that: Marcelo Cabral (bass), Guilherme Held (guitar) and Lucas Fixel (drums).
Those familiar melodies and thought-provoking lyrics were reconfigurated with coletive musical arrangements. Sometimes a biting sonority, sometimes almost noisy, and other a powerfull and precise rock band.

credits

released February 28, 2023

_ Produzido por Romulo Fróes, Tiago Rosas, Guilherme Held, Marcelo Cabral e Lucas Fixel
_ Gravado, mixado e masterizado por Carlos "Cacá" Lima
_ Assistente de gravação: Anna Vis
_ Vozes gravadas por Fernando Rischbieter
_ A&R: Maurício Tagliari
_ Label manager: Benoni Hubmaier
_ Projeto gráfico: Isabel Veiga e Gianna Larocca
_ Produção executiva: Alice Coutinho_ Bendita Produções
_ Todas as faixas editadas por Alternetmusic

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Tiago Rosas RJ, Brazil

Brazillian songwriter. Released my first album in 2020, "Crenças e Tramas". The second one, "Na Goela", with Romulo Fróes, was made during the covid-19 quarantine.

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